Sérgio Lopes Sakabatō, the reversed blog!

A infâmia de ser Português11 Nov 2008

Esta é uma sensação que tem vindo a crescer cada vez mais, será que os programadores portugueses têm algum orgulho em serem portugueses? Em falarem e defenderem a língua portuguesa? Ou a maioria de nós esconde-se no facto de que é mais simples utilizar os termos, supostamente técnicos, em inglês?

Recentemente li mais uma resposta de um utilizador do P@P que me fez voltar para o mesmo pensamento. Dizia esse utilizador que ou se sabia Inglês ou não seria possível evoluir os conhecimentos na área de programação, que sem Inglês estaremos condenados à estagnação e a não evoluirmos enquanto programadores.

A minha primeira reacção foi concordar com esta ideia, afinal desde que me iniciei na utilização de computadores que o Inglês tem sido uma ajuda fundamental, o DOS não estava traduzido, o primeiro Linux que usei veio em Inglês os jogos só recentemente nos oferecem conteúdo traduzido, e mesmo esses são diminutos, e no meio da programação não há dúvida que a quantidade de livros e tutoriais em Inglês é tal que elimina qualquer tipo de concorrência que os livros da FCA podiam fazer. Se bem que sendo livros da FCA estariam condenados à mediocridade desde o início, mas esse é assunto para outra altura…

No entanto existe sempre um “mas”, afinal não estavamos nós numa comunidade PORTUGUESA de programadores? Não falamos todos nós PORTUGUÊS? Não fazemos textos, esclarecemos dúvidas, apresentamos tutorias, estudamos livros e apontamentos em Português? Eu pelo menos sei que sim.

Então porque continuamos a achar que é necessário dominar o Inglês para se poder aprender a programar? Aliás, peguando numa conversa que tive com um programador do projecto FreeCol, todo este uso de “Inglês Técnico”, que tem pouco de técnico e por vezes até de Inglês, tem feito com que as minhas faculdades na língua tenham vindo a diminuir.

Pessoalmente, acho que todos nós, portugueses, sofremos de um síndroma de desdém das capacidades que temos, pessoalmente acho que temos conhecimentos e capacidades para ser mais e melhor, pessoalmente acho que todos os que não são portugueses reconhecem a qualidade do que fazemos, nós é que continuamos a fazer e a considerar que não é suficiente que "lá fora" se faz melhor. Como programador português acho que apenas com a nossa língua é possível aprender, crescer e evoluir na área da programação! Se assim não fosse, que sentido faria a minha participação no Portugal-a-programar?!